Calero atua para que apenas diplomatas de carreira possam ser nomeados embaixadores
'Por mais competente que Eduardo Bolsonaro possa ser, trata-se de nepotismo, e temos de chamar as coisas pelo que são’, afirmou o deputado durante sessão no Plenário, nesta sexta-feira
O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) protocolou, nesta sexta-feira (12/7), o Projeto de Lei 4.084/2019 para determinar que sejam designados para chefe de missão diplomática permanente apenas integrantes do quadro da carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores. A decisão foi tomada após o Presidente da República, Jair Bolsonaro, cogitar nomear o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) – um de seus cinco filhos – para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Calero também recolhe assinaturas para apresentação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), com teor semelhante.
“Essa proposta fere uma instituição centenária e tradicional. Imagine se o filho de um presidente do passado fosse nomeado, por voluntarismo do pai, para chefiar um batalhão porque tem conhecimento e apreço por temas de defesa ou a comandar um navio porque gosta do mar? É isso que o presidente Bolsonaro está propondo ao sugerir a indicação de seu filho para a chefia da embaixada em Washington”, afirmou Calero, durante sessão no Plenário, no início da tarde desta sexta-feira.
O deputado, que é o único representante da carreira de diplomata no Congresso Nacional, lembrou, ainda, a importância da função, acrescentando que este ato, cogitado pelo presidente, trata-se de nepotismo.
“Para desempenhar essa função, centenas de diplomatas dedicam uma vida inteira de estudo e trabalho. Há muito suor e dedicação para que um servidor tenha os atributos de excelência necessários à estatura da representação. E isso é particularmente importante no caso da chefia da Embaixada dos Estados Unidos”, concluiu.
Confira o discurso completo do deputado em: https://youtu.be/6l84Jxy9tco
Confira a íntegra do projeto de lei:
12 de julho de 2019